em engolir as letras,
Deglutir as palavras, eu acho...
Mas quando o amor se vai,
as palavras são raras.
O sentimento voraz,
que o âmago dilacera
a alma então espera
e a inspiração se esvai,
seca como o leito do riacho.
E quando somos devorados
talvez por emoções
a pele se arma em flor
o peito se arde em dor
nada mais se sobrepõe
quer ser em si o anti-amor.
Refém do próprio orgulho
vulto do que foi outrora
lembranças vagas na memória
do que podia ser e não foi
olhar no infinito e ver
que uns dias atrás
como pode ser capaz
eras tua e de ninguém mais.
O poeta se acabou.
O poema esvaziou.
A vontade de viver, parou.
Ser quem se era, passou...
Mas esperança é semente sem regar
que um dia, teima em brotar
e o coração velho de ranço
vê que o antigo descanso,
é um novo amor que nasceu...
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Cadeira nº. 7:
Patrono: Inocêncio da Silva Rodrigues
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