Tomando como base a época das primeiras escaramuças do Mariscal Paraguayo Solano Lopes nestas terras de Nhú-Verá e Sacarón, invadindo o Território Brasileiro, e pós Guerra da Tríplice Aliança quando o soldado Thomáz Larangeiras (com G mesmo) participava dos combates decorreram já 150 Anos, o Amambai começava a escrever sua história.
Finda a guerra esse gaúcho de origem catarinense criou a Cia. Mate Larangeira e instalou o primeiro acampamento/ranchada de erva, nas várzes de “M’Boi-jaguá” dando inicio ao povoado.
A derrubada do Império, as guerrilhas e a Revolução Federalista, lá no Rio Grande do Sul, com a proclamação da Republica provocaram represálias e perseguições políticas motivando um grande êxodo no rumo dos campos e coxilhas do Sul do então Mato Grosso, região que haviam encantado os soldados combatentes.
O Governo incentivava a vinda de colonos e a ocupação das terras, confirmando com a presença de brasileiros a consolidação das fronteiras recém demarcadas.
Na ultima década daquele século 1893/94, arreando os cavalos e brochando os bois nas carretas, nossos avós gaúchos gaudérios e valentes partiram para o desconhecido em busca desse Eldorado. Foram acampando e fazendo suas roças de subsistência pelas margens do Rio Amambaí, Rio Iguatemi, alcançaram Ponta Porã, o Rio Dourados e ocuparam o cone sul do grande Estado.
Neste planalto de Amambai pontilhado de lagoas, radicaram-se os Pereira, dos Santos, Albuquerque, Brum, Machado, Xavier, Vieira, Rocha, Peixoto, Vargas, Lima, Maciel, Ledesma, Puc ou Puks, Batista, Mascarenhas, Moreira, Gregól, Hollosback, Rodrigues, Oliveira e milhares de outros nomes tradicionais.
Da caravana de meus parentes, os meus tios avós Lourino, Amandio, Podalirio e Dario Berghan de Albuquerque quedaram-se por Amambaí e Iguatemi.
A irmã deles Anália dos Santos Berghan de Magalhães casada com meu avô Luiz Pinto de Magalhães seguiu para Ponta Porã, onde constituíram uma grande família.
No inicio do século 20, lá por 1904 o Presidente do Estado iniciou a venda de terras devolutas com o intuito de fixar aqueles colonizadores e ao mesmo tempo reafirmar as fronteiras. Os Títulos Definitivos de Terras, as Escrituras, os Registros Cartoriais foram confirmados com a posse e com o trabalho de colonização obedecendo todas as Constituições que ao longo dos Anos regeram nossas leis. Nas mesmas condições em que foi colonizada a orla marítima desde 1.500.
A cadeia dominial das propriedades é, portanto no mínimo centenária e sem vícios, e não se registram casos de litígios possessórios.
O Banco do Brasil recebe a terra nua em Garantia Hipotecaria fazem pelo menos 70 anos, e com aval do Banco Central.
Em 1970 aconteceu a Segunda Colonização com a vinda principalmente de novos gaúchos, catarinenses e paranaenses. E com lavouras mecanizadas afirmou-se o agronegócio, principal fonte de renda regional.
Assim a Bandeira Brasileira foi hasteada nestas Fronteiras e se mantém como impávido colosso por todos estes anos pela tenacidade e trabalho dessas famílias que labutam na produção de alimentos. Essa é a vocação natural.
Eis que surgem agora segmentos do Governo, e da Igreja Católica, leia-se CIMI-Conselho Missionário Indigenista e CNBB-Confederação Nacional dos Bispos do Brasil desestabilizando toda esta Sociedade, com o terrorismo de expropriar as Terras, taxando-as de ilegais.
A Audiência Pública convocada pelos Vereadores de Amambaí no próximo dia 22 no Plenário que leva o nome de Lourino de Jesus Albuquerque, filho do meu tio avô pioneiro, deve trazer luzes e iluminar a mente da Sociedade como um todo comprovando o direito democrático da posse escriturada e registrada conforme determina a Carta Magna da Nação.
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Cadeira nº. 15:
Patrono: Ernesto Vargas Baptista (Patrono da ACAL)
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