Olho fixamente e...
O que vejo?
Nas entrelinhas traçadas no meu rosto
Aquelas traçadas pelo tempo
Percebo a marca de tudo que vivi
Das alegrias, das tristezas, dos sofrimentos,
das vitórias
Fixo o olhar naquela figura ali refletida
Se eu reconheço?
Sim... ainda consigo enxergar a menina doce e cheia de esperança
Que um dia acreditou
que mudaria o mundo com sua existência pequenina na imensidão do universo
Queria ser pianista...
queria ser bailarina
Só para poder ficar nas pontas dos pés e rodopiar até cair exausta...exausta de alegria
Não foi nem pianista e nem bailarina
Foi mãe, foi filha, foi esposa.
Amou e odiou também,
por não ser Santa
Ser Santa nunca esteve em seus propósitos...
era demasiadamente penoso abrandar o coração para as maldades do mundo ou das pessoas
Percebi que nesse tempo todo simplesmente fui...
Eu mesma
Fui o que deveria ter sido
As marcas?
Ah, elas estão ali,
aumentando cada dia mais
Mas quem se importa?
A vida deixa marcas
e o rosto as expressa.
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Cadeira nº. 4
Patrono: Zenóbio Neves dos Santos
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