terça-feira, 25 de setembro de 2018

Entrevista ao Jornal A Gazeta News sobre a instalação da ACAL

Os escritores de Amambai, Rogério Fernandes Lemes, presidente da ACAL e
Dr. Diobelso Teodoro de Souza, durante o bate-papo com a jornalista Raquel Fernandes, do Grupo A Gazeta.
(Fotos e vídeo: Vilson Nascimento)

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Instalação oficial da ACAL será nesta quarta-feira

No mês de comemoração dos 70 anos do município, um grupo de autores liderados pelo escritor Rogério Fernandes Lemes conduz os preparativos para a instalação da Academia Amambaiense de Letras (ACAL). A ideia de reunir poetas e escritores é comum a muitos dos autores e permaneceu inerte por setenta anos.

No dia 6 de março o sonho de uma academia em Amambai ganhou força e adesão. O grupo conta com vinte autores candidatos a uma cadeira, como membros efetivos e, oito pessoas como membros correspondentes. A diferença entre os membros está prevista no Estatuto da entidade e limita um membro correspondente por unidade da federação.

Dentre os candidatos estão sociólogos, historiadores, advogados, profissionais liberais, acadêmicos, servidores públicos, autônomos e professores. Todos motivados por um objetivo maior: o fortalecimento da literatura amambaiense em âmbito estadual e nacional.

A manutenção do vernáculo; a formação de novos leitores e autores; a promoção da literatura municipal; a organização sistematizada, em livros, das memórias do povo amambaiense constituem-se como a principal razão de existir da Academia e, a Literatura, sua maior bandeira. E quando o assunto é diversidade, a Academia é o lugar perfeito, pois reúne todos os gêneros possíveis, do romance à produção acadêmica; do conto à crônica; da memória à poesia.

O modelo adotado é o francês, com 40 cadeiras e seus respectivos patronos e patronas. O título de Membro Efetivo é vitalício, exceto por uma conduta reprovável e devidamente julgada pelo Conselho de Ética da entidade garantido o direito de ampla defesa e do contraditório. Os requisitos para se concorrer a uma cadeira na Academia resumem-se em três: ter pelo menos um livro publicado; ser amambaiense ou residir em Amambai; ter comprovada publicação on-line.

Os patronos foram escolhidos obedecendo aos seguintes critérios: personalidade engajada nas atividades literárias e culturais de Amambai, bem como, contribuição relevante no processo de formação político-administrativa do município. Tendo em vista o processo de criação da Academia em andamento, cada candidato e candidata tiveram o privilégio de escolher seu patrono ou patrona em atenção aos critérios supramencionados e admiração pessoal.

São os seguintes patronos e patronas da ACAL: Cadeira nº. 1: Antônio Delgado Martinez; Cadeira nº. 2: Maria Orozina de Oliveira Martins; Cadeira nº. 3: Branca Joyce Berbigier Karasek; Cadeira nº. 4: Zenóbio Neves dos Santos; Cadeira nº. 5: Nirceu Teixeira; Cadeira nº. 6: Humberto Puiggari Coutinho; Cadeira nº. 7: Inocêncio da Silva Rodrigues; Cadeira nº. 8: Maria Bataglin Machado; Cadeira nº. 9: Marlene Vilarinho Albuquerque; Cadeira nº. 10: Lourino Jesus de Albuquerque; Cadeira nº. 11: João Fousek; Cadeira nº. 12: João de Paula Bueno; Cadeira nº. 13: Deolides Segatto Ruhbein; Cadeira nº. 14: Walmir da Rosa Peixoto; Cadeira nº. 15: Ernesto Vargas Baptista (Patrono da ACAL); Cadeira nº. 16: Coronel Valêncio de Brum; Cadeira nº. 17: Lauro Nogueira; Cadeira nº. 18: Hilton Pereira Vargas; Cadeira nº. 19: Hernando Elpidio Ribas; e, Cadeira nº. 20: Algacyr Pissini.

O grupo dos fundadores é composto por vinte neoacadêmicos/as pela ordem crescente das cadeiras ocupadas. São eles: Rogério Fernandes Lemes (o idealizador), José Carlos da Silva, Ailton Salgado Rosendo, Dorineide Macedo Nunes Prado, Odil Cléris Toledo Puques, Albertino Fachin Dias, Cleber de Araújo Arantes, Ricardo Pallaoro, Viviane Scalon Fachin, Aldair Lucas Carvalho, Edirley Viana Vieira, Almiro Pinto Sobrinho, João Urague Filho, José Carlos de Oliveira Robaldo, Ramão Ney Magalhães, Diobelso Teodoro de Souza, Daniel Sabino, Iolete Moreira, Maria Margareth Escobar Ribas Lima e Christian Pissini Espíndola.

Constituem-se como insígnias estatutárias da ACAL o Brasão, o Selo, a Medalha do Acadêmico, a Bandeira e o Diploma. Uma vez empossados, seus acadêmicos ostentam o direito de utilizarem tais insígnias em suas obras e publicações elevando o bom nome da Academia.
O Brasão
A Bandeira
O Selo

A relação dos correspondentes, pela ordem alfabética, é a seguinte: Arnaldo Soria, por Santa Catarina. Patrono: Dirlei Rodrigues Cardoso; Cladi Cecília Agostini Levandowski, pelo Paraná. Patrono: Toninho Morais; Francisco das Chagas Vasconcelos, pelo Sergipe. Patrono: Malba Tahan; Marinete Aparecida Zacharias Rodrigues, pelo Mato Grosso do Sul. Patrona: Olga Sampaio Ferraz; Paulo Manvailer, por Rondônia. Patrono: Alcyr Serejo Manvailer; Sady Bianchin, pelo Rio de Janeiro. Patrono: Alfredo Serejo; Valeria Gurgel, por Minas Gerais. Patrona: Clarice Lispector; e, Vicente de Paulo Soares Galceron, por São Paulo. Patrono: José Galceran Carné.

Diretoria para o biênio 2018-2020 terá na Presidência: Rogério Fernandes Lemes; Vice-Presidência: Viviane Scalon Fachin; Tesouraria: Daniel Sabino; Secretaria: José Carlos da Silva; Conselho Fiscal: Aldair Lucas Carvalho e Edirley Viana Vieira; Departamento Social e Publicidade: Ailton Salgado Rosendo; e, Departamento Jurídico: Odil Cléris Toledo Puques.

A data da instalação oficial da ACAL será amanhã (26), às 19h, no Plenário Lourino Jesus de Albuquerque, da Câmara Municipal de Amambai.

Sarau Legal

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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Amambai em poesia e livros

Por Rogério Fernandes Lemes


O septuagésimo outono amambaiense será marcado por uma literatura florescente. Todo filho deste torrão, ou mesmo aqueles adotados de coração aguardam, com ansiedade, a comemoração do 70º aniversário de emancipação político-administrativa de Amambai. Escolas, empresas e o setor público trabalham para que a cidade cresça em atrativos aos seus munícipes.

Da mesma forma, um grupo de poetas, escritores, professores e profissionais liberais, afinados com as letras, somaram forças para sistematizar a produção literária de Amambai em livros, ou através de suas publicações nas redes sociais.

É com alegria que apresentamos “Amambai: Patrimônio da União de um povo”, o primeiro livro de poemas regionais do amambaiense de coração, Albertino Fachin Dias. Um destaque especial ao blog “Amambai Patrimônio União” idealizado por Albertino, com o objetivo de reunir informações, documentos, fotos e vídeos dos pioneiros de Amambai. Mantido de forma impecável, o blog é seguramente uma das referências, se não a mais importante, quando o assunto é a memória do povo amambaiense.

Com a mesma função de um gatilho histórico, o blog “Amambai Patrimônio União” inspira seu idealizador a dar mais um passo rumo à imortalidade. O livro “Amambai: Patrimônio da União de um povo” contém 52 páginas com dezoito poemas do autor e de alguns convidados especiais, entre eles, Osvaldo Machado Franco, o Coconho; Marilene Silveira Dutra, que é a idealizadora do Instituto Eduardo Dutra Lescano; Edirley Viana Vieira; e, Helio Machado, o Machadinho.

O leitor encontrará fotos históricas de estabelecimentos e lugares de Amambai, uma gentileza do doutor Wilsonir Gomes Vasconcelos, e que embelezam a obra conferindo-lhe um valor simbólico ainda mais relevante para manter viva a memória deste povo tão especial. O Prefácio é do amambaiense, hoje residente em São Paulo, Almiro Pinto Sobrinho, o ‘seo’ Miro, como é carinhosamente conhecido em Amambai e que, também, é o autor do livro “Amambai: Memórias e Histórias de nossa gente”.

A publicação da obra “Amambai: Patrimônio da União de um povo” é pela Biblio Editora, idealizada e criada pelo escritor amambaiense Rogério Fernandes Lemes e a assistência de coordenação por Kassia Regina Mariano, também amambaiense. A editora atende a poetas e escritores de todo o Brasil.

Albertino ainda não marcou o dia, a hora, e nem o lugar para brindar os amambaienses com seu primeiro filho literário, mas, em breve, anunciará aos quatro ventos sua contribuição histórica e cultural para o lugar que o acolheu carinhosamente.

O autor também é um dos fundadores da Academia Amambaiense de Letras, a ACAL, ocupante da cadeira de número 6, tendo como Patrono o escritor Humberto Puiggari Coutinho e que será oficialmente instalada no dia 26 de setembro. A Academia elegeu, como seu Patrono, o Engenheiro Ernesto Vargas Baptista, por ocasião do centenário de seu nascimento.

São por essas e outras, que Amambai floresce na Literatura sul-mato-grossense. São belíssimos presentes para esta jovem senhora de setenta anos de idade.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Centenário do engenheiro Ernesto Vargas

Por Sueli Santos Teixeira
Associada efetiva do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul
(Artigo publicado no Jornal Correio do Estado, em 17 Set 2018)

ERNESTO VARGAS BAPTISTA
É indiscutível o importante papel dos engenheiros na construção do nosso estado. Comemora-se, no dia 8 de setembro de 2018, o centenário de nascimento do Engenheiro ERNESTO VARGAS BAPTISTA, um dos muitos profissionais que contribuíram efetivamente para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul e, assim como tantas outras pessoas de grande valor, quase caiu no anonimato.

Diferentemente dos dias atuais, quando a engenharia civil está pautada nas exigências requeridas pelo mundo globalizado, com áreas específicas de atuação, antigamente formavam-se engenheiros generalistas, os quais, inicialmente, entravam no mercado de trabalho aplicando seus conhecimentos como autônomos ou de forma interligada às políticas de governo. Dos engenheiros, esperava-se uma formação pautada em princípios éticos, competência, habilidade e conhecimentos técnicos para o desempenho de suas funções, bem como a consciência da importância do seu papel profissional para a sociedade.

Com a simplicidade e generosidade própria dos homens de valor desde sempre, esse filho de Ataliba Viriato Baptista e Evangelina Vargas Baptista, gaúchos de famílias pioneiras da colonização do sul do então Mato Grosso, nascido na Fazenda Issaú, no município de Ponta Porã, após concluir o Ensino Fundamental no estado em que nasceu, foi estudar no Rio de Janeiro e depois na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – USP, onde obteve sólida e multidisciplinar formação acadêmica, graduando-se engenheiro agrimensor, em 1943, e engenheiro civil, em 1946. 

Desenvolveu não só atividades técnicas de engenharia como também políticas, tendo sido, entre outras funções, prefeito de Amambai e secretário de Obras do Estado de Mato Grosso. Autor de muitos projetos integrantes de seu vasto currículo, sua atuação se destaca na área da engenharia rodoviária, ramo crucial na época de seu apogeu profissional, deixando um legado de grande contribuição para o desenvolvimento do nosso estado.

Na celebração do seu centenário, o lançamento da biografia do engenheiro Ernesto Vargas, escrita por Vera Tylde de Castro Pinto e editada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, permitirá o conhecimento de suas obras e realizações, no estado de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, oportunidade para que a geração atual o conheça e, também, para emular os novos engenheiros a considerarem a ética profissional e a agirem conforme os princípios e valores dela emanados.

Com o merecido reconhecimento ao profissional engenheiro Ernesto, com quem tive o privilégio de trabalhar no início da minha carreira, presto também homenagem a todos aqueles que, como ele, atuaram com pioneirismo, coragem e competência, aplicando os seus conhecimentos na construção do Estado de Mato Grosso do Sul. Feliz a terra que tem entre seus filhos pessoas do quilate de Ernesto Vargas, homem que soube honrar sua família, seus conterrâneos e sua profissão.