Albertino Fachin Dias


BIOGRAFIA
É paranaense de nascimento, sulmatogrossense por opção e, amambaiense de coração. É o criador do Blog “Amambai Patrimônio União”; acadêmico de História pela UEMS em Amambai, MS; é pesquisador do Projeto para levantamento de documentos históricos de Amambai e voluntário no Instituto Eduardo Dutra Lescano (Projeto amigos do trânsito, Maio Amarelo e Projeto Semear). Participou de antologias e coletâneas.


OBRA PUBLICADA
Amambai: Patrimônio da União de um povo” (Biblio Editora, 2018).

História e Formação do Município de Amambai: das memórias, imagens e documentos” (Dialética Editora, 2022).



DATA DE POSSE
26 de setembro de 2018.

CADEIRA
6

Publicações de Albertino Fachin Dias neste Blog. Clique aqui!

PATRONO













Humberto Puiggari Coutinho nasceu em 1878, na cidade de Cirica (SP) e exerceu atividades comerciais, principalmente farmacêutica em várias regiões do estado, onde anotou com muita sensibilidade as “conversas de balcão” que escutava. Foi delegado de Polícia em Três Lagoas, MT e Promotor de justiça de Campo Grande, MT. Vivenciou fatos históricos como a participação de Mato Grosso na revolução de 1932. Amigo de Vespasiano Barbosa Martins, Puiggari soube registrar magistralmente o dia a dia da terra-de-ninguém mato-grossense. O Livro Nas fronteiras de Matto Grosso. Terra abandonada (Ed. Mayença, 1933). Um livro de raro acesso pelo fato de ter sido publicado em pequena tiragem, tem seus originais manuscritos no cofre de segurança do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, doado pelo ex-governador do estado, Wilson Barbosa Martins. O livro é composto de vinte e três textos que descrevem a fronteira entre o Brasil e o Paraguai a partir de relatos orais recolhidos na região, denunciando as injustiças cometidas por muitas pessoas influentes na região. Na contracapa observa-se um mapa, que representa os lugares retratados pelo autor/narrador: Bela Vista, Campo Grande, Nioaque e Ponta Porã. Abaixo dessa imagem há outra que representa alguns migrantes de Mato Grosso. A partir dessas informações iniciais, podemos perceber que a intenção principal da obra é descrever a difícil vida na fronteira Brasil - Paraguai através de narrativas conhecidas e contadas pelas pessoas simples que viveram e trabalharam na região porem o escritor [brasileiro] se habitou a produzir para públicos simpáticos, mas restritos, e a contar com a aprovação dos grupos dirigentes, igualmente reduzidos. Ora, esta circunstância, ligada à esmagadora maioria de iletrados que ainda hoje caracteriza o país, nunca lhes permitiu diálogo efetivo com a massa, ou com um público de leitores suficiente. Sua assinatura utilizada em seus manuscritos era “H. Puiggari Coutinho”, utilizando para escrever seu livro verso de papel timbrado da “Pharmacia Brasil de O. Jorge. Rua João Pessoa, 432. Telephone 3”. Apesar de permanecer “exilado” em terras paraguaias depois no Paraná, os registros de Puiggari constituíram-se em verdadeiros resgates da memória coletiva da fronteira e permitiram (parafraseando a belíssima criação explicativa do escritor Abílio Leite de Barros) a “permanência” de fatos significativos da história fronteiriça que, não fossem os historiadores, fatalmente seriam varridos pelos ventos do esquecimento. Foi através de Puiggari que se perpetuaram figuras marcantes do cotidiano fronteiriço, como a vida elegante do bandido Sismório, a tragédia nos ervais e a vida dura dos ervateiros, e ainda o terrorismo e o medo implantados por grupos de bandoleiros como os Bochincheros e a Turma Sinistra. Isso tudo acrescido do envolvimento do sul do estado na revolução de 1932 e da incrível história dos levantes de João Christiano Ortt, posseiro que combateu as forças da Matte Laranjeira (grafia antiga), e foi violentamente reprimido como agitador comunista. Aliás, João Ortt nem sabia o que era isso. Não podia deixar de citar as ações de Silvino Jacques e dos Baianinhos. Humberto Puiggari Coutinho fundou em 1934 o primeiro jornal de Londrina, denominado de Paraná Norte e que circulou até 1953 e foi um dos primeiros fundadores da Santa Casa de Londrina.


Nenhum comentário:

Postar um comentário