Não se fazem mais políticos da estirpe de Zenóbio Neves dos Santos, o deputado estadual que melhor representou Amambai na sua história! Nascido na área rural de Amambai, filho de Orestes dos Santos e de Orasilvia Neves dos Santos, Zenóbio chegou à Assembleia Legislativa do então Estado do Mato Grosso depois de ter sido vereador por três mandatos na sua cidade. Chegou, chegando como se diz nos dias atuais, posto que ele e seus pares ficaram responsáveis por escrever a Constituição Estadual, do então nascente estado de Mato Grosso do Sul. Zenóbio foi o relator do capítulo referente ao Poder Judiciário, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, sendo o primeiro Secretário da Mesa Legislativa.
De há muito Amambai não consegue ser protagonista no cenário estadual, por não eleger um representante para a Assembleia Legislativa do Estado. De Naviraí, Onevan de Matos, contemporâneo de Zenóbio, mantém-se na crista da onda desde então. A pequeníssima Eldorado elegeu e reelegeu Mara Caseiro. Lídio Lopes é iguatemiense e embora tenha construído sua carreira política em Campo Grande, onde foi vereador, é da sua cidade natal que lembra na hora das emendas e de levar desenvolvimento social e econômico.
Zenóbio entrou para o ocaso da política, depois de não conseguir se reeleger em 1986. Seu defeito, diziam os detratores, era não ser muito simpático ou carismático e ainda, o fato de ter estado com seguranças quando veio certa feita à Amambai, ajudou a construir essa imagem negativa aos olhos do eleitor que sempre quer o político de bom humor, sorrindo e distribuindo, os famosos “tapinhas” nas costas.
Mas é inegável e até os adversários políticos reconheciam em Zenóbio, a sua tenacidade, capacidade intelectual e a seriedade. Qualidades raras nos políticos de hoje. Zenóbio foi o responsável direto pelo início da construção da Residência do DERSUL - Departamento de Estradas de Rodagens do MS, Regional de Amambai, pela instalação das Agências Regionais da Educação e da Fazenda, que pouco a pouco foram sendo sucateadas ou retiradas da cidade, além de inúmeros projetos de Lei que beneficiaram Amambai e região.
Pós Zenóbio, Amambai elegeu Anilson Rodrigues de Souza, o Prego, que ficou apenas um mandato na Assembleia, 1994 a 1998 e em 2006, quase elegeu Dirceu Lanzarini, que fez cerca de vinte e cinco mil votos, na frente de onze deputados eleitos, mas ficou de fora devido a famosa coligação partidária.
Em todas as conversas sobre política, entre aqueles que conviveram com Zenóbio Neves dos Santos, aqueles que o conheceram, a voz é uníssona. Tratava-se de um político correto. Em tempos sombrios como o que passamos, de profunda crise moral e ética, que atingiu quase a totalidade dos próceres dos partidos políticos, parece ser utopia, mas precisamos de um novo Zenóbio.
Notícias relacionadas
Nenhum comentário:
Postar um comentário